sábado

Enxerto à base de vidro desenvolvido na UFSCar regenera tecidos ósseos.

Material tem baixo risco de infecção, segundo resultados da pesquisa. Expectativa é de que em 5 anos o enxerto possa ser aplicado em humanos.

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pode mudar a cirurgia de enxerto ósseo. Uma tecnologia desenvolvida a partir do vidro resultou em um material que permite o crescimento de tecidos e com baixo risco de infecção.

O enxerto foi feito a partir de uma mistura de vários componentes químicos parecidos com os que existem nos ossos. Depois de passar pelo forno duas vezes, a temperaturas entre 1 mil e 1,2 mil graus, o vidro se transforma em cristais. As pequenas pedras são moídas até virar pó, que vai servir como base para fabricação do enxerto.

Parecido com uma pequena esponja, o enxerto é colocado bem no meio do osso quebrado. Os buracos, minúsculos, facilitam a regeneração, já que permitem que o tecido ósseo passe por dentro e por fora dele, até que todo material seja absorvido.

O método é mais seguro do que as cirurgias feitas atualmente, em que são retirados ossos do próprio paciente para fazer os enxertos. “Existem limitações de tamanho. Se existe um paciente que sofreu várias fraturas, ele não terá material suficiente no corpo dele para ser enxertado nessas várias fraturas. Então o nosso material vem suprir essa necessidade”, disse a pesquisadora da UFSCar Ana Cândida Martins Rodrigues.

Os pesquisadores descobriram a nova técnica quando estudavam um produto para ser usado em pacientes com sensibilidade nos dentes. “Ele era um material compatível com o corpo humano. Daí veio a ideia de transformar esse pó em enxertos ósseos”, afirmou a pesquisadora.


Material permite crescimento de tecido com baixo risco de infecção (Foto: Reprodução/EPTV)
Material permite crescimento de tecido com baixo

risco de infecção (Foto: Reprodução/EPTV)

Pesquisa
Foram cinco anos de pesquisa e as primeiras análises foram feitas em 100 ratos. O material foi colocado na pata traseira das cobaias, que se recuperaram em poucos meses. “Esses testes foram realizados em amostrar pequenas em tíbias de ratos e nós descobrimos a formação de tecido ósseo dentro do material, assim como a multiplicação dessas células ao redor do material”, explicou o pesquisador Murilo Crovace.

Agora o novo enxerto também vai ser testado nos pacientes, mas, por enquanto, o material só pode ser usado em lesões menores e mais leves. “Num primeiro momento ele será utilizado em regiões onde não haja movimentação, como os ossos do crânio e da face. Porém já estamos trabalhando no desenvolvimento de um material mais resistente que possa ser utilizado em ossos da perna e do braço, por exemplo”, ressaltou Crovace.

A tecnologia já foi patenteada e a expectativa é de que em cinco anos o enxerto possa ser aplicado em humanos.

Fonte: G1

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