terça-feira

Homem dos Ossos de Vidro" mostra que a vida é feita de superações


Alexandre Abade contraria médicos e hoje dedica vida a cursos de motivação



Ele já nasceu com as duas pernas quebradas e passou a maior parte da infância e datas comemorativas, como aniversários e Natal, internado em hospitais. Alexandre Ferreira Abade, conhecido como "homem dos ossos de vidro", é portador da osteogênese imperfeita, uma doença rara e incurável que se resume à falta de colágeno nos ossos. As previsões médicas diziam que Alexandre viveria, no máximo, até os 18 anos. Apesar disso, ele foi positivo e decidiu ir para a escola. Concluiu o ensino médio, se formou em gestão de marketing e, atualmente, cursa o quinto período do curso de administração, a segunda faculdade. A força de vontade desse homem de 31 anos e 1,20m de altura o impulsionou a ir ainda mais além. Alexandre se supera vivendo a bordo da cadeira de rodas, feita sob medida para ele, e ministrando cursos de motivação pessoal em todo o país.

- Na Prática: Como foi sua infância?

- Alexandre Ferreira Abade: Minha infância se resumiu na doença. Era de casa para hospital. Foi difícil, e o apoio da minha família, da minha mãe, do meu pai, foi muito importante na minha vida.

- Como foi o momento em que você percebeu que não seria igual as outras crianças?

- Foi tranquilo, eu comecei a compreender aos poucos. Não tinha muito contato com as pessoas fora da minha família, era muito restrito. Não podia, sair, estudar, minha infância se resumiu nisso. Mas eu fui positivo, sempre aceitei minhas condições físicas. Em nenhum momento fiquei revoltado, sempre acreditei que Deus cuidava de mim.

- Como sua família lida com sua deficiência?

- Eles nunca abaixaram a cabeça, nunca desanimaram. Eu tive dois irmãos portadores de deficiência, mental e física, faleceram novos e depois eu nasci. Tenho quatro irmãos, mas só eu tenho deficiência física. Os médicos diziam que eu só teria 18 anos de vida, até menos. Hoje, com 31 anos, comemoro cada dia, a vida me ensina que nas dificuldades a gente encontra as conquistas.

- Você já sofreu preconceito?

- Sofri pouco, na época que estudava, quando fui integrado na escola regular, após sair do ensino especial, em 1997. Foi uma surpresa para todos da escola ter que conviver com um "cadeirante". Alguns se aproximavam de mim para ser amigo, conhecer melhor a minha vida e outros criticavam aqueles que se aproximavam, como se eu não tivesse nada para oferecer a ninguém.

- E como é o relacionamento amoroso? As mulheres são preconceituosas?

- Tive poucos relacionamentos. O meu primeiro namoro foi tranquilo, ela não teve preconceito, compreendeu minha deficiência e me incentivava bastante. Ao contrário, quando namorava comigo, ela quem sofria preconceito, muitas amigas dela começaram a se afastar.http://www.blogger.com/img/blank.gif

Durou quanto tempo?

Oito meses. Ela faleceu vítima de bala perdida, no final de 1997 em Sobradinho II. E outros relacionamentos que tive não deram certo por conta do preconceito, algumas pessoas colocavam barreiras onde podíamos superar. Infelizmente não posso mudar a cabeça de ninguém. Agora, estou focado totalmente nos meus estudos, ainda tenho muitos sonhos para realizar.

Publicado em 20/06/2011
fonte Na prática

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