Conheça histórias como a de Alexandre Abade que, mesmo com uma doença
rara e mais de 300 fraturas pelo corpo, possui dois empregos e
administra uma microempresa.
Em 2011, 34.395 pessoas com deficiência foram encaminhadas ao mercado de trabalho em todo o país
Conquistar um espaço no mercado de trabalho não é tarefa fácil para
ninguém. Para as pessoas com limitações físicas, que durante muito
tempo estiveram segregadas na sociedade, os desafios ainda são grandes.
Isso porque o conceito de que são pessoas frágeis acabou por reforçar
preconceitos e manteve os deficientes longe das disputas de vagas no
mercado de trabalho. Entretanto, a realidade está mudando. Segundo o
Ministério do Trabalho (MTE), as contratações de pessoas com deficiência
têm aumentado anualmente. Em 2011, esse número teve crescimento de
19,62%, com relação a 2010, atingindo 34.395 pessoas encaminhadas ao
mercado de trabalho em todo o país.
Aos poucos, esses
profissionais mostram que as limitações podem ser vencidas todos os
dias. Para eles, ter um emprego é o resgate da dignidade e cidadania.
Esse é o caso de Alexandre Abade. Ele nasceu com osteogênese imperfeita,
uma doença rara popularmente conhecida com “ossos de vidro”. Em síntese
é a falta de colágeno nos ossos, que os torna facilmente quebráveis.
Ele superou todas as expectativas médicas que o condenavam a viver, no
máximo, até os 17 anos. Hoje, aos 32, é formado em Gestão de Marketing e
Microempresas, cursa o 8º semestre da segunda graduação e tem dois
empregos.
Nem as mais de 300 fraturas pelo corpo pararam o
homem de pouco mais de 1,20m de altura. Desde 2009, ele trabalha na
secretaria paroquial da Igreja São Vicente de Paulo, em Sobradinho. Em
2008, Alexandre começou a ministrar palestras de motivação em empresas,
escolas, universidades e igrejas e, em julho deste ano, deu mais um
passo: se tornou um microempreendedor individual.
Alexandre
nunca andou, não brincou com outras crianças nem ao menos segurou
objetos com as mãos, mas a doença não o impediu de conquistar a
independência profissional. “Eu nunca fiquei estagnado. Minha
deficiência não me impede de fazer nada. Não é porque tenho limitações
físicas que vou ficar escondido”, ensina.
Para ele, o trabalho é
mais do que um salário. “É o crescimento como pessoa. É a quebra de
paradigmas. É uma fonte de dignidade, oportunidades e descobertas”,
declara. Segundo a amiga de trabalho de Alexandre, que o acompanha nas
palestras e no serviço da igreja, Simone de Moraes, ainda existem muitos
preconceitos que atrapalham o deficiente a entrar no mercado de
trabalho. “As pessoas têm dificuldade para aceitar que o deficiente é
capaz. Até parece que um cadeirante não pode ter amigos, não pode
namorar”. E completa: “a pior deficiência não é a física nem mental, é a
da alma”.
Alexandre conta que, além de profissionalização e
maiores oportunidades de emprego, o portador de necessidades especiais
ainda precisa vencer a barreira da mobilidade. Na opinião dele, muitas
empresas não são adaptadas para receber cadeirantes, por exemplo. “As
dificuldades são muito grandes, ainda falta muito para ficar bom. São
muitas teorias e pouca prática”, lamenta.
Profissionalização
As
oportunidades de emprego estão estreitamente ligadas à
profissionalização. Em 2012, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec) criou 20 mil vagas para pessoas com
deficiência. Além disso, o Plano Viver Sem Limites, do Governo Federal,
prevê uma série de ações de inserção do deficiente nas instituições de
ensino superior e a implantação de núcleos de acessibilidade em 55
universidades federais.
Na capital do país, a Associação dos
Deficientes de Brasília (ADB), trabalha há 12 anos com a
profissionalização de portadores de necessidades especiais. Entre os
cursos oferecidos estão os de informática, artesanato e culinária. Para a
presidente e fundadora da associação, Maria de Fátima Amaral, a
principal dificuldade que o portador de necessidades especiais encontra
na hora de conseguir um emprego é justamente a formação profissional.
“Poucos deficientes têm nível superior, mas a grande maioria não tem
nenhum tipo de qualificação. A capacitação é importante porque direciona
o profissional para o mercado de trabalho”, explica.
Maria de
Fátima, 45 anos, também tem uma história de superação. Ela teve
poliomielite aos dois anos de idade e, desde então, necessita do auxílio
de uma cadeira de rodas para se locomover. Para ela, o trabalho é uma
forma de buscar novas perspectivas de vida. “É o resgate da cidadania,
você começa a sonhar e crescer. E tudo isso começa pelo emprego”,
destaca.
Além de apresentar novos horizontes para quem nasceu com
alguma deficiência, a associação também faz a recolocação profissional
de quem sofreu acidente e adquiriu sequela física. Atualmente, a
associação tem 530 cadastrados. Os números são positivos, segundo a
presidente da ADB. Segundo ela, metade das pessoas que fazem os cursos
de qualificação consegue um lugar no mercado de trabalho.
Acessibilidade na web
A
recolocação no mercado de trabalho é também o que faz o
deficienteonline, uma agência de empregos virtual para pessoas com
deficiência. Hoje o site tem mais de 26.800 candidatos inscritos e 2.800
vagas de emprego. Ao todo mais de 215 mil páginas visitadas por mês e
127 mil buscas de vagas mensais em todos os estados do Brasil.
Segundo
os criadores do site, o casal Kelli e Cláudio Tavares, a ideia é reunir
em um só lugar oportunidades de emprego para deficientes e empresas que
querem contratar esses profissionais. Kelli, que é gerente de Recursos
Humanos, conta que no início as empresas só procuravam profissionais
para ocupar cargos operacionais. Gradativamente, a realidade está
mudando. No site são oferecidas vagas até para médicos, dentistas e
profissionais de TI. “Os gestores às vezes esquecem que eles estão à
procura de um profissional e não de uma deficiência”, esclarece.
O
site é pago para empresas e totalmente gratuito para candidatos. Para
cadastrar o currículo basta acessar (www.deficienteonline.com.br/).
Fonte: Admite-se.com
Adorei o blog! Parabéns pela iniciativa e que Deus os ajude a continuá-lo. Queria compartilhar com vocês uma postagem que fiz com um livro muito bom, para crianças: A Fragilidade de Rebeca. Vejam a postagem no link: http://reticenciasdalarissa.blogspot.com.br/2012/11/livro-fragilidade-de-rebeca-colecao.html
ResponderExcluirÉ de grande utilidade as informações deste site, e se não se importarem, indicarei-o para leitura. Obrigada desde já.
Obrigada larissa!
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